sábado, 27 de novembro de 2010

Busca Interior


Já passaram-se dezesseis meses desde que iniciei as práticas de Yoga. Dentre os benefícios que realizo através dessa filosofia à cada aulaFoco no que se faz aqui e agora, auto-superação, controle das emoções, elevação da disposição e energia, atitude mental, equilíbrio emocional e respeito ao próprio ritmo, destaco dois que estão sendo fundamentais em minha vida:


Foco no que se faz aqui e agora: Fazer bem as tarefas, obrigações e trabalhos do dia-a-dia, à medida em que se apresentam. Evitar protelá-las em benefício de outras mais fáceis ou mais agradáveis. Não faça o que quer e então, poderá fazer o que preferir (Sadasiva). O futuro é construído no presente!

Equilíbrio emocional: Indispensável no auxílio à minha mulher em superar a perda de sua mãe e para aguardar o tempo que for necessário por nova oportunidade profissional, sem desânimo nem cansaço e mantendo a fé.

O autoconhecimento é buscado no momento de cada prática. Assimilo os resultados do Yoga sempre no presente, no instante da aula. É maravilhoso!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O que tem que ser feito

" Não faça o que quer e então poderá fazer o que preferir "
(Sadasiva)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Caras Palavras



Escrevo-lhes para expressar meus sentimentos
Nesse papel agora revelado
Mais um dos muitos delicados momentos
Em meu trajeto já um tanto amarelado

Em muitas ocasiões são vocês inúteis e pequenas
Para traduzir amor, sofrimento, paixão, angústia ou qualquer outra emoção
Pois estas brotam sempre as dezenas
No meu incontrolável coração

Em outras, vocês são lindas e importantes
E apresentam precisa descrição
Para as questões imparciais e distantes
Da minha gelada razão

(Centurião)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Noite Interminável

Final

São sete horas. Duas mulheres conversam na cozinha da casa, durante o café da manhã:

- Que coisa, mãe! Sonhei com o pai de novo essa noite! Ele estava sentado na praça, como sempre fazia quando perdia o sono. A diferença é que no meu sonho ele conversava com um viajante e contava ao homem a sua história de imigrante. Não estava sozinho, como o encontrávamos sempre que íamos buscá-lo, lembra?
- Minha filha, como posso esquecer? Ficava tão preocupada com o seu pai sentado naquele banco da praça por horas, as vezes até a manhã clarear. Ele pegou o hábito de ir prá lá logo depois que perdemos o restaurante, coitado. Tinha noites que não conseguia dormir por nada desse mundo. Depois que eu o trazia de volta, ele sempre me contava todas as conversas que tinha tido com as pessoas que encontrava nas madrugadas. Eu nunca vi ninguém lá quando chegava, a não ser ele. Acho que era tudo imaginação dele!
- Acho que não, mãe. Apesar de todas as dificuldades o pai se manteve equilibrado o tempo todo. Que a gente saiba, ele nunca teve problemas mentais ou qualquer distúrbio emocional. Não ia ficar por ai falando sozinho e inventando pessoas imaginárias.
- Só Deus sabe, filha. Passamos por poucas e boas! Talvez conversar sobre sua vida e sobre os negócios com gente desconhecida à noite era o seu modo de fugir dos problemas que enfrentava em silêncio durante o dia.

Nesse instante, a campainha toca e a filha corre para atender. Segundos depois, volta para a cozinha com o jornal na mão e comenta com a mãe:
- Que pavor o acidente de ontem, né? Será que deu tempo de publicar aqui informações mais detalhadas. Ouvi que cinco pessoas morreram e nove ficaram feridas.
- Nem me fala, Joana! Ontem fiquei acompanhando pelo rádio até por volta das dez da noite. Até aquela hora não tinham ainda conseguido identificar todas as vítimas e nem sabiam quantas eram, mas os feridos foram todos encaminhados ao hospital.

Aberto em cima da mesa, lia-se na capa do jornal local: “ACIDENTE NA RODOVIA PRES.EPITÁCIO-SÃO PAULO MATA SEIS“
Ontem a tarde, próximo das dezoito horas e trinta minutos, um ônibus que fazia regularmente a rota na rodovia, caiu em um precipício ao tentar vencer uma curva muito fechada ao chegar na entrada da nossa cidade. A queda foi de sessenta metros e a parte dianteira do ônibus ficou totalmente destruida. O ônibus levava vinte e dois passageiros. Seis pessoas não resistiram, entre elas o motorista do veículo. Outras oito ficaram feridas, sendo que sete delas foram encaminhadas à emergência do Hospital Geral. Não se sabe ainda do estado dos passageiros. Um deles, um homem, sofreu apenas ferimentos leves nos braços e horas depois, forneceu-nos um relato emocionado da tragédia(ver quadro abaixo).
Em seguida da foto no local do acidente, o jornal informava a lista dos hospitalizados e depois, a relação das vítimas fatais e entre elas constava:
João Doni, 45 anos, natural de São Paulo, Supervisor de Vendas da Indústria Têxtil Brasileira. Viajava para Presidente Epitácio à trabalho, segundo informações da empresa.



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sobre Governo/ Tirania/ Exclusão Social/ Violência


Se o povo está com fome, é porque os seus governantes lhes aplicam muitos impostos.
Esta é a razão pela qual padecem de fome.
Se o povo é difícil de governar, é porque os governantes se intrometem em suas vidas.
Esta é a razão pela qual estão descontentes.
Se o povo não tem medo da morte, é porque os governantes têm-lhe tornado a vida muito dura.
Esta é a razão pela qual desprezam o seu viver.
Só aqueles para quem a vida não tem sido demasiadamente dura conseguem apreciá-la.

( Lao Tse, no Livro do Te, versículo LXXV, escrito no século IV a.C. )

domingo, 7 de novembro de 2010

A Noite Interminável

Parte X

Quando João retorna ao banco, o velho não está lá. A primeira coisa que pensa é que ele deve ter ido ao sanitário novamente. Então espera alguns minutos, contando com sua volta. Passam-se quinze minutos e nada. Começa então a admitir que Manoel tenha mesmo ido embora e fica chateado que não tenham se despedido.

Daqui a mais uma hora, já estará se encaminhando para a pensão da tal D. Matilde. Imagina um banho quente, barba feita, roupas limpas e passadas e uma cama confortável, embora saiba que o dia será uma eternidade, assim como foi a madrugada. Dormir está distante pelo menos umas quinze horas. Puxa a mala e a valise debaixo do banco e as coloca em frente aos seus pés, na ansiosa preparação para dar o fora dali. Fixa o olhar no ponto de táxi vazio. O pensamento de que não tenha um carro disponível bem cedo lhe aterroriza, pois quem naquela cidadezinha poderia precisar de um táxi ao amanhecer? Seu medo é justificado pela impossibilidade de caminhar com toda aquela bagagem, ainda mais depois da noite insone e cansativa que enfrentou.

Conforme se aproxima das seis e meia da manhã, mais aumenta sua impaciência. Estica as pernas por cima da mala e abotoa o paletó, pois está frio. Torna a pensar no porquê do velho ter ido embora sem se despedir e fica muito irritado. Depois, consola-se pelo fato de ser ele apenas mais um estranho que cruzou sua vida circunstancialmente. Apenas passaram o tempo juntos e sua conversa foi uma distração, nada mais do que isso. Mesmo assim, detesta a sensação de rompimento, de inconclusão. Prefere sempre terminar o que começou.

Finalmente chega a hora, mas como ele temia, não há nenhum carro no ponto. Levanta, dá uma longa espreguiçada e espera.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dica de leitura

Olá Pessoal,

Indico dessa vez um livro espetacular, "Autobiografia de um Iogue ", de Paramahansa Yogananda, Editora Self-Realization Fellowship

Aclamado como um dos cem melhores livros espirituais do século XX, o extraordinário relato da vida de Paramahansa Yogananda levará você  a uma exploração inesquecível do mundo dos santos e iogues, da ciência e dos milagres, da morte e da ressurreição. Um livro capaz de mudar a vida, abrindo nossos corações e mentes para a alegria, a beleza e os potenciais espirituais ilimitados, intrínsecos as vidas de todos os seres humanos.
Boa leitura!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Lembranças

Acordei hoje com a lembrança de minha avó, Nicota, me dizendo que eu tinha que fazer concurso para o Banco do Brasil ou então, seguir a carreira militar. Isso foi lá pelos anos setenta, quando eu era pré-adolescente. Ela dizia e repetia isso várias vezes, como um mantra, uma ladainha. Naquele tempo e bem antes dele, funcionários do Banco e militares estariam com a vida ganha, segundo ela. Era garantia de uma boa vida e de um  futuro confortável. É claro, que como faziam os rebeldes daquela época, não segui seu conselho. Aliás, nenhum dos seus netos seguiu! Hoje temos na família, administradores, economista, engenheiro, vendedores, arquiteto, desenhista, comerciantes e até tenista profissional, imaginem!   
Mas isso importa muito pouco, pois na verdade ela queria mesmo era o "nosso bem". Ser militar ou funcionário do BB era uma espécie de senha, de código cifrado, que traduzido seria mais ou menos assim:
- Meu filhinho, seja o que tu quiseres que eu sempre te apoiarei e te amarei!