sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Malediscência



Que tua boca não seja o arco,
que tua língua não seja a corda tensionada
que lança as setas flamejantes contra o meu peito


(Centurião)

Yoga

Primeiro contato com o Yoga


 Há muitos momentos na vida em que não estamos bem. Precisamos fazer algo a respeito, mas ainda não sabemos ao certo o que deve ser feito. Cento e vinte dias atrás, passando por um desses momentos difíceis, em uma noite qualquer resolvi entrar em uma academia de Yoga para pedir informações, já que desconhecia quase tudo sobre a prática. Revelei ao professor Rafael que me atendeu, que me encontrava estressado, tenso e pressionado. Ele me disse: “ Você veio ao lugar certo. Venha nos próximos dias assistir a uma aula.”

Fui, acompanhado de minha mulher e não saímos mais. Estou muito satisfeito com os primeiros resultados: Foco no que se faz aqui e agora, auto-superação, controle das emoções, elevação da disposição e energia, atitude mental, equilíbrio emocional e respeito ao próprio ritmo são benefícios que já apareceram. Certamente há muitos outros, que considero complementares.


Yoga é uma filosofia, uma prática milenar que consiste basicamente em posturas (ásanas, exercícios psicofísicos) e técnicas de respiração (pranayama), como ponto de partida para alcançar um estado de união,  objetivo final. Envolve a junção de mente, corpo e espírito de maneira a podermos experimentar o autoconhecimento.

Segundo o professor Hermógenes, um dos maiores mestres da prática no Brasil, o Yoga é uma filosofia, uma ciência, uma técnica de vida que há milhares de anos vem servindo de caminhada de volta aqueles que anseiam por, novamente, fundirem-se na plenitude de onde promanaram.


Recomendo a vocês essa mesma sensação de prazer e de bem-estar que o Yoga está me proporcionando.




terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Dia-a-dia na empresa

Os Invisíveis

“Ninguém olha para o que tem diante dos pés: todos olham para as estrelas.”
(Ênio, citado por Cícero)


Do alto de nossas cabeças coroadas de gestores- sempre contemplando a linha do horizonte- não fica nada difícil considerar invisíveis alguns profissionais da base da pirâmide empresarial. Nosso dia é sempre atribulado, nosso tempo é escasso e estamos constantemente preocupados com os nossos afazeres, que de longe, são os mais importantes e indispensáveis para a sobrevivência da empresa.

Aos invisíveis poucas vezes concedemos a palavra e raramente vimos a conhecê-los, supondo que um “bom-dia” lhes seja o suficiente. Daí tirei a pequena lição que descrevo abaixo:

Tempos atrás, parou em frente à porta aberta de minha sala a Cláudia, uma auxiliar de higienização muito simpática, e, de forma direta e sem cerimônia me despejou em uns trinta segundos, o seguinte:
“– O senhor sabia que estão desaparecendo rolos de trezentos metros de papel higiênico na média de um por banheiro por dia? É que os dispensadores não têm nenhuma espécie de fecho ou lacre. Então fica fácil tirar os rolos de dentro deles. Sugiro que o senhor mande colocar uns mini-cadeados nos dispensadores.”

Barba, cabelo e bigode! Ela me contou o problema, explicou porque estava ocorrendo e ainda trouxe a solução!

Calculei em dinheiro quanto poderia ser o prejuízo da empresa e o valor dos cadeados, os quais foram comprados e colocados nos dispensadores no dia seguinte. Dei o crédito pessoalmente à Cláudia, em reunião com a sua supervisora e equipe. Ideias de trezentos e cinco reais mensais podem ser multiplicadas por dezenas ou centenas, se no exercício de nossa liderança incluirmos os invisíveis na importância do trabalho coletivo, para assim obtermos deles o sentido de realização e de pertencimento ao mesmo. Eles provavelmente anseiam por isso!

Na próxima vez que os encontrarmos pelos corredores da empresa, sugiro que passemos a olhá-los de outra maneira. Aproveitemos para escutá-los, conversar um pouco e tomar um café com eles, pois é bem provável que tenham algo a nos dizer que ainda não sabemos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Situação crônica

No ônibus  


A vida imita a arte. Descubro todas as manhãs ao entrar no ônibus que pareço estar num filme do Fellini ou numa pintura do Salvador Dali.
No meu horário habitual, a lotação é tão grande que o ônibus parece querer desafiar uma das leis da física, a de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
Chegar à roleta é uma façanha e depois ao cruzá-la, trato de desocupar o corredor e segurar-me, pois os solavancos, arrancadas e freadas bruscas são tão normais quanto os esbarrões, pisões no pé e os arrastões das bolsas e mochilas. 
Às vezes misturado ao zum-zum-zum interminável de conversas e risadas, tem o som ambiental, com músicas de alguma dupla sertaneja ou dos pagodeiros da hora e, pode ser que haja ainda, aquelas pedidas pelos ouvintes daqueles programas matinais populares de entretenimento. O cobrador, a todo o momento fica “ajudando a otimizar o fluxo de passageiros no interior do veículo” com seu pobre jargão e seu irritante assoviozinho.

Caso consiga sentar-me, coisa meio improvável de acontecer, atraio ao meu lado gente que está sempre comendo alguma coisa. É provado cientificamente que bolachas recheadas, bergamotas, cheetos com fanta uva, pastelina, balas de iogurte ou de framboesa são os alimentos preferidos dos passageiros de ônibus. Outras pessoas puxam assuntos e comentam despretensiosamente sobre o tempo ou o trânsito, justo quando tento concentrar-me na leitura de um bom livro. Há os que dormem ao meu lado ou pior, em cima de mim.
Têm os perfumados e os “perfumentos”, que ao passar deixam trilhas para o bem e para o mal, sem falar nos que se encostam a meu ombro.

Finalmente, existem os pretensiosos que gostariam de mudar a natureza coletiva do ônibus. Contra isso, existe uma resposta na ponta da língua do motorista mal educado, que quando advertido pela passageira que se sente tratada como gado, tasca:

- Madame, se não está gostando, compre um carro ou vá de táxi!

Viver é melhor que chegar

Em Paz


Já bem perto do ocaso, eu te bendigo, ó vida, porque nunca me deste esperança mentida, nem trabalhos injustos, nem pena imerecida.
Porque vejo ao final de tão rude jornada, que a minha sorte foi por mim mesmo traçada, que se extraí os doces méis ou o fel das coisas, foi porque as adocei ou as fiz amargosas:
quando eu plantei roseiras, eu colhi sempre rosas.


Decerto, aos meus ardores,vai suceder o inverno: mas tu não me disseste que maio fosse eterno!
Longas achei, confesso, minhas noites de penas, mas não me prometeste noites boas, apenas,
e em troca tive algumas santamente serenas...


Fui amado, afagou-me o Sol. Para que mais?
Vida, nada me deves. Vida, estamos em paz!


Amado Nervo - poeta mexicano

Dicas de leitura

Dentre os livros que mais me marcaram em 2009 estão:

"A conspiração Aquariana", de Marilyn Ferguson, editora Nova Era

Esteja ou não escrito nas estrelas, vivemos uma nova era. Uma era que aponta para a transformação da consciência individual, à humanização das pesquisas e descobertas, à afirmação das possibilidades da mente e da vida, à evolução do conhecimento.

           

" Zen e a arte de manutenção de motocicletas", de Robert M. Pirsig, editora Martins Fontes

É a narrativa de uma viagem de moto realizada por um homem e seu filho durante as férias de verão, que acabou se transformando em uma odisséia pessoal e filosófica. O livro, por sua vez, tornou-se um clássico sobre as questões fundamentais de nosso modo de viver.


Por isso os compartilho com vocês. Boa leitura!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

SPQR

Um dos elementos decorativos do blog do Centurião são os ramos de louros e dentro deles a inscrição SPQR.

Em latim, Senatus PopulusQue Romanus quer dizer: "O senado e o povo romano". Era o nome oficial do império romano.

Já pensaram em nosso século XXI, o senado e o povo brasileiro?

A mudança começa sempre dentro de nós

" Não importa o que fizeram de mim, o que importa mesmo, é o que eu vou fazer com o que fizeram de mim."
( Jean Paul Sartre )



O prazer de ler

Todos os prazeres solitários, desde os descobertos nos tempos mais remotos da humanidade até os inventados em nossa era tecnológica são efêmeros, comparados ao prazer de ler. Ler é o que traz mais satisfação, pois a leitura aguça nossa imaginação, exercita nosso cérebro e quanto mais lemos, melhor ele fica!
Tendo escrito um romance, o autor já imaginou tudo, os personagens, o cenário e a época, porém os leitores enquanto o lêem, podem imaginá-los de formas diferentes, “customizando” suas próprias sensações. Ao lermos as teorias de algum especialista, raciocinamos juntos com ele, podendo concordar ou discordar delas, dependendo das experiências já vividas e dos conhecimentos acumulados em livros de outros autores.
Quando lemos, transportamo-nos para muitos lugares, cantos do mundo onde jamais estivemos ou estaremos de verdade, tocamos pessoas e coisas que não teremos, vivemos vidas muito diferentes da nossa própria, experimentamos situações inusitadas, sofremos, rimos e choramos, vivenciamos as paixões, a violência e a tragédia de outros. Informamo-nos, educamo-nos, acumulamos conhecimento e sabedoria.

Tudo isso pode estar contido em um livro, em um capítulo, em uma página ou mesmo em uma linha.

Entretanto, o que faz sentido mesmo é converter o prazer solitário em solidário. O melhor é disseminar o hábito da leitura às pessoas, presenteá-las com livros, contagiá-las com o amor aos livros, contando-lhes as estórias e histórias, recomendando as leituras, passando adiante as informações e aprendizados e multiplicando a experiência de ler.

Caso contrário, é como ficar com a menina mais bonita depois da festa e não contar pra ninguém!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Olá

Caros amigos,

Este blog é minha ousada pretensão de escrever textos tais como contos, crônicas, citações e poesias, além de de viajar pelo mundo dos livros, da literatura e do pensamento complexo, onde estou me iniciando.

Tenho 52 anos, sou bacharel em Ciências Econômicas, administrador hospitalar e especialista em gestão em saúde, área em que atuo há 23 anos.
O que pretendo escrever aqui, muitas vezes, poderá estar também relacionado com economia, gestão de empresas, história, filosofia, física quântica, Yoga e espiritualidade.
Sei muito pouco ou quase nada de tudo isso, mas quero saber muito mais.
Conto com vocês pra me ajudar!

Um grande abraço.