domingo, 28 de março de 2010

Dicas de leitura

Olá pessoal,

Nessa semana as leituras sugeridas pelo Centurião são:

" O Físico", de Noah Gordon, editora Rocco
Romance que se passa no século XI, conta a epopéia de um médico medieval dotado de um dom quase místico de curar. Ele parte das ruas miseráveis de Londres para o esplendor da Pérsia, onde começam a surgir as primeiras descobertas da medicina.


"O romance morreu - crônicas", de Rubem Fonseca, Editora Companhia Das letras
Numa escrita descontraída e vívida, o autor sorri e se comove diante do espetáculo cotidiano do mundo. Que o título, irônico, não engane ninguém: este é um livro que zomba das verdades absolutas e das sentenças definitivas.

Òtima leitura à voces!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Coragem

Pessoal, reproduzo abaixo para vocês a linda poesia de Henley e preferida de Nelson Mandela, que o inspirou e o encorajou durante seu longo cativeiro.






INVICTUS

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por minha alma insubjugável agradeço.


Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago,
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.


Além desse oceano de lamúria,
Somente o horror das trevas se divisa,
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta nem me martiriza.


Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma,
Eu sou dono e senhor de meu destino,
Eu sou o comandante de minha alma.


(William E. Henley, poeta inglês, 1849/1903)

sábado, 20 de março de 2010

Acontece nas melhores famílias (e também nas piores)

São três crônicas que escrevi a respeito da experiência de estar desempregado. Essa é a primeira delas.

I - Saindo depressa

Segunda-feira, nove da manhã, iniciando Fevereiro de 1997. A família toda rumou para a praia bem cedinho e já deve estar chegando lá.
No escritório mal começou a semana e eu espero ansioso pela Sexta-feira, quando finalmente sairei em férias também. A manhã está muito quente e o ar condicionado ligado a mil, sistema no ar, poucas ligações telefônicas ainda, muita papelada como de costume. Minha secretária não voltou ainda de suas férias e por isso, preparo o café. Os colegas de sempre aparecem, guiados pelo aroma, para filar o primeiro cafezinho de uma série e comentarmos as primeiras do dia.

Alguns minutos depois, chega o chefe. Ele ocupa a sala ao lado da minha. Passam-se uns quinze minutos e o meu telefone toca. É ele, pedindo que eu dê "um pulinho" em sua sala.
 – O que o cara já quer tão cedo?, penso, enquanto dirijo-me apressado para lá.
Entro na sala, dou bom dia e mal me acomodo na cadeira quando ele comunica meu desligamento. Fico zonzo com o petardo e mal consigo ouvir a sua exposição de motivos, seguida de longa descrição de minhas qualidades pessoais e profissionais.
 Depois, um pouco mais recomposto, reconheço as oportunidades recebidas e os conhecimentos adquiridos na empresa e o valor que terão para o meu futuro profissional a partir de agora, etcetera e tal.
O martírio dura cerca de meia-hora e ao final, sou elogiado pela minha dignidade.
-Era só o que me faltava não mantê-la! Se há seis anos entrei pela “porta da frente”, saio agora por ela também.
Na verdade, eu já desconfiava que seria demitido, pois havia recebido muitos sinais de que iria acontecer. Entretanto, o momento exato da demissão é muito duro e acredito que ninguém se prepara realmente para receber essa notícia.

Ao deixar a sala, sinto-me um morto-vivo. Nos corredores, passo por colegas que ainda não sabem do ocorrido. Eles agem de forma normal comigo, mas quando souberem daqui há alguns minutos, me transformarei numa assombração vagando pelos departamentos.
 Serei a terrível lembrança do que também poderá lhes acontecer no futuro e é preciso removê-la bem rápido.

 - Eu também quero remover-me voando daquí!

terça-feira, 16 de março de 2010

Desprendimento




É impossível conquistar novos mares a menos que se tenha coragem para perder de vista a costa. ”

( Cristovão Colombo )

domingo, 14 de março de 2010

Sobre a fé e o mistério da vida

" - Se soubéssemos tudo o que há a saber, como poderíamos suportar essa nossa vida por mais um dia sequer? Cairíamos sobre nossas espadas, ansiosos por juntarmos à glória além de nossas vistas. Ou ficaríamos sentados à toa, aguardando a nossa libertação da vida. A confiança em Deus certamente não é vã. Vi os rostos transfigurados dos velhos em Jerusalém, quando falam sobre Ele, e são homens gastos pela vida e cheios de tristeza. Além disso, houve os nossos profetas. houve Moisés, que nos deu a lei. Não eram homens tolos, encantados por seus próprios sonhos inventados. Haviam tido revelações. Aristóteles comparava Deus a um cristal perfeito, brilhando cheio de luz, o Doador da vida ao qual toda a vida devia retornar. Estariam todos iludidos, loucos, enamorados de fantasias? "

( Trecho do livro Um Pilar de Ferro, de Taylor Caldwell, páginas 336/7, onde Marco Túlio Cícero fala com seu amigo Noë Ben Joel )

sábado, 13 de março de 2010

Sinal dos tempos

Reflexos e reflexões



Há tempos que ao andar pelas ruas, ou mesmo de dentro de veículos, entrevejo pessoas que têm o hábito de fazer o sinal da cruz ao passar pela frente de uma igreja.
Não sei qual a origem desse costume, mas creio que seja remoto e, passado de geração em geração. Não consigo perceber reflexão das pessoas que o fazem nessa circunstância e apenas observo nelas um reflexo condicionado.

Pois, sordidamente, imaginei algumas delas em férias na capital baiana. Em Salvador, há quem diga existir pelo menos 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Caso fosse possível percorrer todas essas igrejas em um tour de oito horas pela cidade, os pobres cristãos passariam em média por 46 a cada hora e fariam o sinal da cruz a cada 1,3 minuto.

Além da tensão e do estresse causados aos nossos citados turistas, a paisagem e as belezas da cidade lhes passariam totalmente despercebidas e ao final do passeio, os mesmos ainda viriam a adquirir alguma doença crônica por esforço repetitivo, que na volta para casa lhes trariam transtornos e desconfortos com idas a médicos e fisioterapeutas, sem falar nas despesas médicas.
Como nada disso combina com férias, depois dessa experiência em Salvador, de duas uma: ou as pessoas desistiriam para sempre de fazer o sinal da cruz ao passar por uma igreja ou sairiam convencidas de que aquela experiência foi sua profissão de fé.

Pelo menos ao final das contas, a reflexão se faria presente.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Copa do Mundo

Pessoal,
Estou aderindo à campanha de boa (grande) parte da imprensa esportiva do Brasil.
Dunga, leva Ele!      

Dicas de leitura

Oi, Pessoal:
Recomendo a vocês a leitura de dois ótimos livros.

" Tempo de delicadeza", de Affonso Romano de Sant'Anna, Editora L&PM 

Livro de bolso, contendo 47 textos em que o cronista delicadamente trata de assuntos corriqueiros da vida com o olhar demorado e singular da poesia.



"Sabedoria Radical", de Wes Nisker, Editora Cultrix/Amana-Key

Apresenta as idéias mais significativas, surpreendentes e instigantes da história. Nisker reune os ensinamentos radicais de visionários excêntricos como Albert Eistein, Rumi, Mark Twain, Buda e Lao Tse.Uma viagem bem-humorada rumo a iluminação!



Boa leitura à todos!

Tudo o que precisamos está dentro de nós

Parabenizo a todas as pessoas que já colocaram seu ego no devido lugar e rumam destemidas para a integração com o Cosmos. A minha luta está apenas começando. A poesia abaixo diz muito sobre essa vitória:

Plenitude

Que minha solidão me
sirva de companhia.
Que eu tenha a coragem
 de me enfrentar.
Que eu saiba ficar com o nada
 e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo

( Clarice Lispector )

domingo, 7 de março de 2010

Nossos anjos e diabos

Somos feitos dos dois

 

     Lembram daqueles anjinhos e diabinhos que ficam soprando nos ouvidos dos personagens de desenhos animados?
Pois é, eles existem mesmo! E também sopram em nossos ouvidos, escolhendo sempre as piores situações, logo nas maiores dificuldades de nossas vidas, falam ao mesmo tempo e nos confundem,  aumentando nosso interno caos.

     O anjo com suas virtudes de bom moço, sempre diz que é melhor assim, que dos males o menor, que ficam os dedos e os anéis são readquiridos depois, que daremos a volta por cima em seguida e que faremos uma limonada daquele ácido limão. Fala pra vermos o lado bom disso e que não é tão ruim quanto poderia ter sido.

     O diabo, sabotador de nossas melhores intenções, só quer que mandemos tudo praquele lugar e que atiremos tudo pra cima e demos uma banana pra todo mundo. Fala que seremos esquecidos e mofaremos em algum lugar menos importante do que merecemos, caso não formos logo embora. Grita que somos apenas isso mesmo e  que se aceitarmos ser menos do que já fomos as outras pessoas terão o direito de nos limitar, entretanto não possuímos tal direito.
     Nesses momentos, os quais nos proporcionam tamanha confusão, mantermos o equilíbrio é fundamental, alternando entre ouvir o anjo e amordaçar o diabo e vice-versa. Afinal, em nossas vidas a menor distância entre dois pontos nunca é uma linha reta.
     Primeiro seguirmos confiando no anjo -positivo e otimista-  porém não descartando as idéias do diabo -este, mais velho e experiente- ou, em seguida, aconselharmo-nos com o diabo, aguardando a vez da voz do anjo.



quinta-feira, 4 de março de 2010

Economia

A maior invenção humana 

    Foram necessários dois milhões de anos de evolução biológica para que o homem primitivo se transformasse no homo sapiens. Embora essa evolução seja considerada muito mais rápida do que a de qualquer outro animal, foi somente nos últimos vinte mil anos que aconteceu seu maior desenvolvimento evolutivo.
Ainda mais precoce, entre doze e dez mil anos atrás surgiu a primeira revolução humana: a invenção da agricultura, ocorrida no oriente médio- em Jericó - pela conjugação da vontade do homem com o aparecimento das primeiras espécies de trigo.

    Mais que uma revolução agrícola foi uma revolução biológica, e em consequência, provocou uma revolução cultural. Junto ao cultivo de plantas, o homem domesticou animais e assim se tornou conscientemente o senhor da terra, estabelecendo de vez sua supremacia sobre todas as coisas vivas. Depois de vagar por mais de um milhão de anos, passou de nômade caçador-coletor a aldeão. De simples consumista de recursos, tornou-se associado da natureza, contribuinte e repositor dos seus bens. Estabeleceu-se a necessidade da vida sedentária.

    Embora a produção primitiva da agricultura e do pastoreio não gerasse excedente, por certo proporcionou aos primeiros fazendeiros um conforto e segurança nunca antes desfrutados em sua busca diária por alimento. Graças à concentração do plantio e dos rebanhos em um único lugar não havia mais necessidade de percorrer longas distâncias em busca de comida, diminuindo assim tanto os riscos às suas vidas quanto a urgência de se alimentar. Por outro lado, fez deles prisioneiros já que possuir algum estoque de alimentos, principalmente em épocas de fome, era garantia de sobrevivência por maior tempo. Assim, esse patrimônio valioso - plantas e animais - apossou-se dos homens e não o contrário.

     Com o aperfeiçoamento dos instrumentos e das técnicas de plantio, do uso do pedaço de pau com a extremidade afiada e endurecida pelo fogo ou dos próprios dedos para fazer buracos individuais e jogar as sementes na terra, passando pela invenção do alfanje para as colheitas e a mais poderosa invenção: o arado, as lavouras multiplicaram muitas vezes a produção de alimentos.
O futuro pertencia aos fazendeiros e pastores, que passaram a requisitar especialistas para fabricar tijolos, cuidadores de celeiros, tecelões, carpinteiros, escavadores, ceifadores, pastores, capatazes e soldados. Estes residiam nas aldeias e vilarejos que se formavam ao redor das plantações, cujas maiores transformaram-se depois em cidades. As cidades eram impossíveis de existir antes do desenvolvimento da lavoura. ¹

    A agricultura teve papel fundamental nas expansões territoriais dos grandes estados imperiais, à medida que além de sua função colonizadora propriamente dita, também contribuiu para a manutenção dos territórios conquistados. Cássio Dion, historiador romano nascido no século II de nossa era, citou em sua obra História de Roma: “Os romanos já afirmavam que é muito mais fácil conquistar um território do que conservá-lo”. Na época das grandes navegações, colonos viajavam nos navios desbravadores acompanhando as tripulações ou seguiam em outros, logo após aqueles atracarem nas novas terras.

    Ao longo do tempo, a atividade agro-pastoril determinou que todas as demais se estabelecessem ao seu redor, criando um verdadeiro sistema. Ela permaneceu como base econômica de todas as nações do mundo praticamente até o final do século dezenove, continuando importante bem depois. O advento da revolução industrial proporcionou uma acumulação de bens de capital aos donos de terras e esta por sua vez, um aumento na produção agrícola pela introdução de novos equipamentos, tais como: descaroçadores de algodão, tratores, colheitadeiras e semeadeiras. Em conseqüência disso, a produtividade agrícola acabou por crescer mais do que a demanda por produtos agrícolas, provocando forte evasão de trabalhadores dos campos, que, ao procurarem empregos nas cidades geraram um grande processo de urbanização. Assim, a humanidade chegou até aos dias atuais.

    A invenção da agricultura permitiu melhorias no padrão de vida das pessoas, trouxe cultura aos indivíduos e riqueza às nações, foi responsável pelo surgimento de inúmeras profissões e suas especializações, incentivou a criação de tecnologias, determinou o nascimento e desenvolvimento das cidades e mais do que tudo, originou a civilização.

¹ Geoffrey Blainey, Uma breve história do mundo, cit.

Referências bibliográficas: Bronowski, J. Escalada do Homem, A. Martins fontes/Editora Universidade de Brasília 2ª edição - 1983
         Toynbee, A. Estudo da história,Um. Martins Fontes/editora universidade de Brasília, 1986.
   Blainey, G. Breve História do Mundo, Uma. Editora Fundamento, 2004.

terça-feira, 2 de março de 2010

Julgamentos são perigosos

O FILTRO TRIPLO


Certo dia, na antiga Grécia, um conhecido encontra-se com o grande filósofo Sócrates e lhe diz:
- Sabes o que escutei sobre teu amigo?
- Espere um minuto, replicou Sócrates. Antes que me digas qualquer coisa, quero que passes por um pequeno exame, que eu chamo de Filtro Triplo.

- Filtro triplo? Perguntou o outro.
- Correto, continuou Sócrates. Antes que me fales sobre meu amigo é bom filtrar três vezes o que vais dizer.

O primeiro filtro é o da VERDADE.
- Estás absolutamente certo e seguro do que vais dizer-me?
- Não, disse o homem. Só escutei sobre isso e...
- Bem, disse Sócrates. Então você realmente não sabe se é certo ou não.

Agora permita-me aplicar o segundo filtro, o da BONDADE.
- É algo bom o que vais falar de meu amigo?
- Não, pelo contrário...
- Então desejas dizer-me algo ruim dele, porém não estás seguro de que seja certo.

 Mesmo que agora eu quisesse escutá-lo, ainda não poderia, pois falta o terceiro filtro, o da UTILIDADE.
- Me servirá de algo saber o que você vais dizer sobre o meu amigo?
- Não, na verdade não.

Bem, conclui Sócrates. Se o que desejas dizer-me não é certo, nem bom e tampouco útil...
...porque eu iria querer saber?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Dicas de leitura

Estou lendo no momento:


"Pensamento Complexo", de Humberto Mariotti, editora Atlas


O pensamento complexo é essencialmente a integração do pensamento linear-cartesiano e do pensamento sistêmico, pois cada um é isoladamente necessário, porém não suficiente para lidarmos com a complexidade, a diversidade e a imprevisibilidade do mundo, em especial no seu atual estágio de desenvolvimento. Leitura para pessoas interessadas em teoria da complexidade e suas relações com liderança, desenvolvimento humano e organizacional, educação política, economia, estratégia e desenvolvimento sustentável.



Só para quem tem fôlego, pois são 780 páginas, mas vale a pena cada uma delas:

"Um Pilar de Ferro", de Taylor Caldwell, Editora Record 

A história maravilhosa de Marco Túlio Cícero, um dos maiores oradores, escritores e políticos romanos e da república que ele tentou salvar.




"Descobrindo a essência do Serviço", de Leonard L. Berry, Editora Qualitymark

Imprescindível para as pessoas que prestam serviços. Estudo de 14 empresas norte-americanas muitíssimo bem-sucedidas, que explica como elas enfrentam seu mais árduo desafio: a sustentação do sucesso a longo prazo.



Boa leitura.