sábado, 13 de março de 2010

Sinal dos tempos

Reflexos e reflexões



Há tempos que ao andar pelas ruas, ou mesmo de dentro de veículos, entrevejo pessoas que têm o hábito de fazer o sinal da cruz ao passar pela frente de uma igreja.
Não sei qual a origem desse costume, mas creio que seja remoto e, passado de geração em geração. Não consigo perceber reflexão das pessoas que o fazem nessa circunstância e apenas observo nelas um reflexo condicionado.

Pois, sordidamente, imaginei algumas delas em férias na capital baiana. Em Salvador, há quem diga existir pelo menos 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Caso fosse possível percorrer todas essas igrejas em um tour de oito horas pela cidade, os pobres cristãos passariam em média por 46 a cada hora e fariam o sinal da cruz a cada 1,3 minuto.

Além da tensão e do estresse causados aos nossos citados turistas, a paisagem e as belezas da cidade lhes passariam totalmente despercebidas e ao final do passeio, os mesmos ainda viriam a adquirir alguma doença crônica por esforço repetitivo, que na volta para casa lhes trariam transtornos e desconfortos com idas a médicos e fisioterapeutas, sem falar nas despesas médicas.
Como nada disso combina com férias, depois dessa experiência em Salvador, de duas uma: ou as pessoas desistiriam para sempre de fazer o sinal da cruz ao passar por uma igreja ou sairiam convencidas de que aquela experiência foi sua profissão de fé.

Pelo menos ao final das contas, a reflexão se faria presente.

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