quinta-feira, 8 de julho de 2010

Nunca estamos sós

Quando ninguém me procura tenho a impressão de que fui raptado. Essa frase genial do Millôr Fernandes dá o que pensar, não é?
No ambiente de trabalho ao longo de vários anos, estabelecemos contato com centenas de pessoas: Colegas, chefes e subordinados, clientes e fornecedores. Com algumas delas chegamos a dividir além das missões e tarefas, nossa mesa nas refeições, nossos gostos e preferências. Com outras, às quais passamos a chamar de "amigos", compartilhamos nossa casa e até nossos mais íntimos segredos
Existe um fenômeno natural, que acontece quando deixamos a empresa e embora não me cause mais estranheza, sempre me entristece. É o abandono. Em determinado tempo e quase nessa sequência, as pessoas deixam de estar conosco, de ligar-nos e de mandar-nos mensagens. Elas permanecem ocupadas com o seu trabalho e com suas vidas. O show deve continuar!
O professor Azevedo, o último dos persistentes, insiste em colocar na minha cabeça romântica que a empresa é uma guerra. Sempre cita o episódio do gladiador, que no momento da luta na arena, não têm amigos. É matar ou morrer!
Ainda assim, há instantes em que tenho a ilusão de estar sozinho. Na verdade nunca estive. Acompanham-me Deus, a minha família e naturalmente, o Professor. Outros serão bem-vindos de volta. Se quiserem.




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