Há dias em que a gente fica zapeando sem parar com controle remoto e custa a achar o que ver.
No último dia 5, sem querer, coloquei na Tv Cultura. Eram vinte horas. Sem querer, porque confesso que não vejo habitualmente o canal. Deixei sintonizado lá. E é difícil, pela ansiedade, permanecer num canal por muitos segundos.
Estava passando o documentário: A primeira aspiração de um bebê - Um berço para vidas preciosas.
Fiquei surpreso, encantado e emocionado pela história do Dr. Miyake, renomado médico e professor universitário, que a partir de 1951, abdicou de uma carreira confortável, para fundar com um colega e uma parteira, o Hospital Palmore, na cidade de Kobe no Japão, inaugurado em 1956. Ele era um inconformado com as altas taxas de mortalidade dos bebês, que há sessenta anos atrás atingiam os dez por cento ou mais e, com o descaso dos profissionais da época com a manutenção da vida dos prematuros, que apresentavam problemas ao nascer. Tornou-se obstinado a não perder uma vida sequer, relacionando os tipos de choros dos bebês às deficiências que apresentavam logo após o nascimento. Estudou a cor da pele das crianças após o parto para avaliar seu estado de saúde e criou técnicas de massagem cardíaca para ressucitação. Também provocou a aproximação das àreas de Obstetrícia e Ginecologia da Pediatria.
Essa é a história inspiradora dos doutores Miyake e Tsubaru e da parteira Konishi que, procurando salvar vidas pequeninas, foram os pioneiros dos cuidados neonatais no Japão, que atualmente estão entre os melhores do mundo. Hoje em 1000 partos, 998 bebês sobrevivem no primeiro ano.
O documentário é imperdível, contado de uma forma emocionante e por vezes chorei. Recomendo a vocês que procurem a grade da programação da Tv Cultura, pois é bem provável que haja sua repetição qualquer dia desses.
O dr. Miyake em atendimento
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